segunda-feira, 5 de março de 2012

sem título (parte LIII)

Não basta teres estragado tudo, tinhas de aparecer no momento em que eu estava mais decidida. Tinhas que derrubar a barreira de protecção que eu construí entre ti e mim. Tinhas que levar todas as esperanças que ainda me restavam de que um dia tudo iria normalizar. Tinhas que fazer voltar as memórias, as lembranças, o choro. Tinhas que me lembrar dos nossos dias. Tinhas que me fazer lembrar que és o único que quero, se bem que é impossível de o esquecer. E mais uma vez tinhas que me lembrar das coisas queridas que dizias. Tinhas que me lembrar das mentiras todas que inventaste e continuas a inventar. Tinhas que me lembrar de tudo o que eu gostava de acreditar. 
Claro. Tu tinhas que estragar tudo. Porque se tu não estragasses tudo, não eras tu.
(tu lembraste-me disto tudo, mas eu não me posso esquecer do que me fizeste.)

Sem comentários:

Enviar um comentário