segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

sem título (parte XLII)


As pessoas nem sempre sabem de tudo. Na verdade, elas não sabem de nada. Elas não sabem que há aparências. Elas não sabem o que é chorar de noite e conseguir estar a 100% durante o dia. Elas não sabem o que sinto quando passo por quem não quero, não sabem o que sinto mesmo que não passe por ele, e não sabem o que choro quando não está ninguém a ver. Elas não sabem que tive de me proibir a mim mesma de ouvir certas músicas porque me lembram de coisas que me fazem mal. Elas não sabem o que é ter que sorrir quando nos contam histórias de amor lindíssimas, nem sabem em que pensamos quando estamos desatentas nas aulas. Elas não sabem porque é que estou a chorar agora. Não entendem. Não percebem que todos temos maneiras diferentes de lidar com a dor e só quem lida com ela sabe o que sente. Eu não quero mudar aquilo que sou, a minha boa disposição ou a minha atitude com os outros. Eu não vou mudar o meu estado de espírito, eu guardo a minha dor para mim, mas isso não faz o meu sentimento sem inferior. Eu guardo as minhas lágrimas para mim, mas isso não quero dizer que eu não sinta. Eu levanto a cabeça, como faço quando sangro do nariz, mas isso não quer dizer que eu não ame.
(Engraçado mesmo é quando as pessoas que não sabem, são as mais sabem.)

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