quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

*

"Sim, faz isso, vem sempre atrás de mim quando eu me enfiar na casa-de-banho a chorar. E sempre que te disser "não ligues, estou naqueles dias", não acredites em mim. Abraça-me sempre assim e chama-me bebé chorona, porque isso faz-me rir. Pergunta-me mil vezes o que se passa, mesmo que já te tenha contado. Dá-me beijinhos nas mil vezes que te responder. Fica encostado a mim e pergunta-me se estou zangada contigo. E sempre que te disser que não, diz-me que não acreditas e encosta-te mais. Toma atenção às minhas explicações e muda tudo o que estiver errado. Despede-te de mim com beijos doces e pede-me que não me esqueça de ir ter contigo no dia seguinte.
Claro que não me esqueço.
Faz tudo isso sempre que eu estiver triste.
Mas não me mintas nunca, mesmo que seja só para evitar deixar-me triste.

Sabes, é que depois eu descubro e fico duplamente triste porque não confiaste em mim o suficiente para colocares na minha mão a tarefa de ser madura o suficiente para não me zangar com a verdade. Porque mesmo que a verdade doesse, doeria muito mais o saber que me mentiste.
E isto serve também para as mentiras inocentes."

Sem comentários:

Enviar um comentário